ANTÓNIO NÓVOA VISITA NAVES DO CONHECIMENTO E ABRE DEBATE SOBRE “APRENDIZAGEM PARA O 3º MILÊNIO”

António NóvoaPalestra “Educação para o século XXI” abordará a capacitação dos professores nos dias atuais

O historiador da Educação António Nóvoa, um dos intelectuais de maior circulação internacional no debate pedagógico atual, abre, nesta quinta-feira, às 10h, o espaço de discussão “Aprendizagem para o 3º Milênio”, na Nave do Conhecimento de Triagem. Com a palestra “Educação para o século XXI”, o doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra e em História pela Sorbonne, leva para o centro de gestão do projeto Naves do Conhecimento o debate sobre a qualificação profissional e o aprender contínuo do professor como motores da melhoria do ensino. Nesta quarta-feira, ele visita a Nave de Madureira e, na quinta, a de Triagem, onde profere palestra para educadores.

Para Nóvoa, o desafio dos profissionais da área escolar é manter-se atualizado sobre as novas metodologias de ensino e desenvolver práticas pedagógicas eficientes. “O aprender se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente. Educar não é uma atividade transmissora, mas de criatividade. Educação é uma espiral interminável. Não se conclui a formação, ela é contínua.”, prega o autor de livros como “Profissão Professor” e “Vidas de Professores” (Ed. Porto).

Inaugurada em 08 de maio, a Nave de Triagem, com 3 mil metros quadrados, será o centro de gestão do Projeto Naves do Conhecimento e terá espaços para capacitação de jovens e adultos na área de Tecnologia da Informação, como também de professores da rede pública que queiram levar recursos do mundo digital para dentro da sala de aula ou realizar aulas nas salas multimídias existentes nas oito Naves em funcionamento na cidade do Rio de Janeiro.

Nesta linha de atualização dos professores, António Nóvoa aponta, primeiro, alguns fatores que prejudicaram os educadores nos últimos anos. Para o intelectual, as últimas quatro décadas foram marcadas pela dissociação do universo da política e o universo da formação de professores. Outro afastamento é o da sociedade/família das escolas. “Houve um tempo em que eram próximas, mas à medida que as exigências à escola e ao professor foram aumentando, essas duas esferas foram se distanciando.”

Segundo Nóvoa,a formação de professores esteve próxima do universo dos docentes, mas, hoje, grande parte dos professores das universidades, que forma os futuros professores, não conhece a realidade da escola. “Aconteceram esses três afastamentos. Quando políticos falam de escolas, mais se distanciam delas. Quanto mais discursos, mais distantes ficam. “O professor defende a reaproximação dessas esferas. “Desta forma, conseguiremos reconstruir laços. Essa reaproximação passa pela valorização do professor, da imagem do professor”. Nóvoa deixou ainda uma reflexão: “Tudo precisa ser permanentemente organizado, rigorosamente preparado para que o improviso possa acontecer”.

O projeto das Naves do Conhecimento consta da construção de uma rede desses espaços comunitários de alta tecnologia por toda a cidade, proporcionando à população carioca o acesso ao que existe de mais avançado em termos de cultura digital nas áreas de educação, entretenimento, serviços e formação profissional. Pretende ainda facilitar a melhor integração entre a comunidade e os serviços públicos prestados no local, funcionando, inclusive, aos finais de semana. Atualmente, são ministrados mais de 12 cursos nestes locais, que vão desde “Alfabetização Digital” a curso de web design e robótica, transformando os bairros beneficiados em “Comunidades Inteligentes”.

Em um ano e meio de existência, os números refletem o sucesso do projeto junto à população: São mais de 1 milhão de visitas (março/2014), com o cadastro digital de mais de 84 mil pessoas, aproximadamente, com mais de 6.900 alunos diplomados. Coordenadas pela Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia (SECT), já existem oito Naves instaladas na cidade: Santa Cruz, Padre Miguel, Vila Aliança (Bangu), Penha, Irajá, Madureira, Nova Brasília (Complexo do Alemão) e Triagem.

Sobre sectrj

Blog da Secretaria Especial de Ciência e Tecnologia do Município do Rio de Janeiro
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